sexta-feira, 6 de março de 2009

O Gnoticismo

A Gnose tem sua origem supostamente no século II e III, mesmo que alguns dizem que Simão Mago teria sido fundador do gnoticismo a versão esoterica do cristianismo, do qual prega-se que teria se aproximado dos apostolos com a única intensão de descobrir a fonte secreta de seu poder. A Gnose cujo o termo em grego significa conhecimento apesar de se propor inicialmente como cristão é um conjunto de regras esotéricas por partir do principio de conhecimentos secretos demonstrando ser mais uma assimilação do verdadeiro cristianismo. Sendo embelezado pelo neoplatonismo e elementos pictóricos e agregando elementos astrólogicos e em mistérios das religiões gregas, mistérios de Elêusis, assim como os do Hermetismo, tendo-se assim bases pagãs iniciadas na Ásia menor. Resumindo o significado do termo por Joan O'Grady como "a crença na Salvação pelo Conhecimento". Porém este conhecimento não trata-se do conhecimento dito racional, científico, filosófico, teórico e empírico mas intuitivo e transcendental se propondo explicações metafísicas, mitológicas, mas particularmente como na verdade alegorias metafóricas que se propõe o mesmo sistema iniciatico não diferente de outras seitas construindo a idéia de uma superioridade cristã ante os demais, ou seja, mais que o próprio cristianismo original de Jesus, o qual prega que Cristo como sendo um Aeon que teria se esquivado de forças das trevas para ensinar conhecimentos secretos (gnosis) e libertar os espíritos de luz cativos no mundo material a um plano mais elevado, venerando muitas vezes Cristo como duas pessoas distintas, uma humano e outra divina.
Éon é um termo designado para representar um enorme período de tempo ou a própria eternidade. Também conhecido na língua latina como aeon que designa justamente seu significado "para sempre" provém do grego aión que significa um "um período de existência" ou "vida". Recebe aplicação na geológia para determinar a maior subdivisão da escala de tempo geológico de forma antecedente a uma era. Mas ao ganhar teor filosófico ao ser utilizado por Platão para determinar o mundo eterno das idéias como atrás do mundo perceptível a exemplo de seu Mito da Caverna, ganha significância não somente no neoplatonismo, mas no gnosticismo para determinar uma entidade intermediária entre a supra divindade e o mundo material. Porém em outros sistemas gnósticos é utilizado para se referir como as diversas emanações de Deus referidas como Uno, Mônada, Aion teleos (Aeon perfeito), Bythos (Profundidade), Proarkhe (O Anterior ao começo), e Arkhe (o Começo), sendo ainda considerado a própria entidade suprema um Aeon que contia por sua vez dentro de si Ennoea (Pensamento), Charis (Graça), ou Sige (Silêncio) cuja da divisão deste ser perfeito teria surgido Caen (Poder) um aeon masculino junto ao feminino feminino Akhana (Verdade, Amor), assim comumente surgindo em numerosos pares de gêneros masculino/feminino chamados sizigias cuja sua reunião resulta no que chamam de Pleroma, a "região da Luz", entrando nestes termos os significados fálicos inerentes ao paganismo. Segundo tais o aeon Sophia teria gerado seu par chamado Demiurgo, ou semi-criador (às vezes chamado de Ialdaboth nos textos gnósticos) porém considerado anômalo por nunca ter pertencido ao pleroma, levando o Uno a criação dos Aeons Cristo e o Espírito Santo para salvar o homem de tal anômalo Aeon, obrigando o aeon Cristo tomar a forma humana para ensinar a gnose ao homem para por meio de tal se salvar retornando ao pleroma, elementos que curiosamente não se identificam com a mensagem original de Jesus na Bíblia.

"Para os gnósticos, o Cristo era a personificação do Nous, a Mente Divina, e emanava dos éons espirituais mais elevados. Ele desceu sobre o corpo de Jesus na ocasião do batismo e o deixou novamente antes da crucificação. Os gnósticos declaravam que o Cristo não foi crucificado, pois esse Nous Divino não poderia sofrer a morte, mas que Simão, o cirineu, ofereceu sua vida em substituição e que o Nous, por meio de seu poder, fez Simão assumir a mesma aparência de Jesus." [Hall, op. cit., pg XXVI]

A agnose por sua vez apesar do nome aparentemente sugerir a ausência de gnose, na realidade prega uma gnose não absoluta, ou seja, não conclusiva a cerca da existência de Deus ou deuses, sendo assim na realidade apenas uma variação mais fria do gnostico, o que assim pode também acabar por revelar certo esoterismo, que em prática é contraditória a idéia de um 'ateísmo esotérico', do qual diz-se justamente a crença conclusiva da inexistência de Deus, mas cuja as práticas denotam a busca ancestral de uma força espiritual o que pode ser interpretado claramente como uma forma de teísmo, mesmo que na concepção da idéia o agnóstico seja o partidário daqueles que negam que seja possível pelo conhecimento a penetração no reino sobrenatural assim não podendo defini-lo ou confirma-lo, logo podendo ser tanto teísta quanto ateísta mesmo que assim estes digam ser impossível se provar tanto um quanto outro. O agnosticismo pode se dividir entre Agnosticismo Estrito, Agnosticismo Empírico, Agnosticismo Apático, Agnosticismo Apático e Agnosticismo Modelar. Assim se assemelha ao perigoso pirronismo criado por Pirro de Elis (c360 a.C. - c270 a.C.) ou cépticismo que prega a díficil busca pela verdade e até sua provavel inexistência.

"Os gnósticos estavam divididos em suas opiniões com relação ao Demiurgo, o criador dos mundos inferiores... Um grupo de gnósticos era da opinião que o Demiurgo era a causa de toda a miséria e uma criatura má... Alguns gnósticos eram da opinião que o Deus judaico, Jeová, era o Demiurgo. Esse conceito, sob um nome ligeiramente diferente, aparentemente influenciou a Sociedade Rosa-cruz medieval, que via Jeová com o Senhor do universo material em vez de como a Deidade Suprema..." [The Secret Teachings of All The Ages, Manly P. Hall, maçom do Grau 33, The Philosophic Research Society, 1988, ênfase no original]

A Gnose procura em diversas características similariedade as escuras de disparete de conexão entre conceitos distantes vendo conexões inexistentes entre conceitos opostos gerando assim verdadeiras heresias e confusões, por acabar se perdendo em fantasias alegóricas e se distanciando da verdade bíblica e até cientifica. Não há firmamento na verdade que primeiramente é constante, antes por fim a nega.

"Praticamente todas as cartas-resposta de Paulo lidam com conteúdos propostos por esses dois grupos. Quando mostra que a Lei morreu em Cristo, Paulo golpeia os judaizantes e seus discípulos. Porém, quando combate ou o 'ascetismo', de um lado; ou a 'libertinagem', de outro lado; Paulo está lidando com os 'gnósticos'."

Caio Fábio

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